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  • ari3693

ANTÔNIO GONZALEZ


Numa obra sobre a história do jornalismo no Rio Grande do Sul, o

nome de Antônio Gonzalez, com certeza, aparecerá na primeira página.

Nascido em Porto Alegre em 30 de julho de 1938, filho de um médico

proprietário de hospital em Flores da Cunha, Antônio Firmo de Oliveira

Gonzalez, na adolescência, pensava em ser piloto de avião; fez vestibular

para medicina, atendendo a um desejo do pai, mas acabou vencido pela

sua verdadeira vocação: formou-se em comunicação social pela PUCRS.

Antoninho, como era tratado pelos colegas, começou a trabalhar

como repórter na edição gaúcha de Última Hora, no início da década de

1960. Foi onde, conforme registrou Walter Galvani, “aprendeu a

economizar palavras para um texto enxuto e a buscar todas as

informações, mesmo que elas o chocassem pessoalmente, para compor a

melhor notícia para os leitores”. Em 1967, a convite do próprio Galvani,

então secretário da Folha da Tarde, ingressou naquele veículo da Caldas

Júnior. Foi ali que, no comando da editoria de polícia, ao lado de

Wanderley Soares, Gonzalez passou a se destacar como líder talentoso e

inovador. Poucos anos depois, chegou a secretário de Redação do Correio

do Povo.

Em 1974, Gonzalez ocupou a vice-presidência da Associação

Riograndense de Imprensa, a convite do titular Alberto André. Ficou neste

posto por mais oito diretorias, até 1990, quando foi eleito para presidir a

entidade, onde permaneceu por seis anos, até seu falecimento em 8 de

agosto de 1996. Neste curto período, a ARI foi bafejada pelo espírito

irrequieto e dinâmico de seu novo comandante, buscando sempre

congregar a categoria. Não pôde concretizar a maioria dos seus projetos,

mas deixou a marca de iniciativas voltadas para o mundo acadêmico, para

os futuros jornalistas, com a realização de diversos cursos especializados,

além de se preocupar com a valorização da profissão, bem como firmar

convênios com editoras para a publicação de livros sobre jornalismo.


Antoninho foi um profissional de múltiplas facetas, dedicado de

corpo e alma a diversas atividades, em especial ao jornalismo e ao

magistério. Também foi juiz classista do Tribunal Regional do Trabalho e

diretor-presidente da Companhia Riograndense de Turismo. Atuou pouco

tempo como repórter de rua. Com forte espírito de liderança, destacou-se

mais na retaguarda das redações, na chefia de editorias e no comando de

equipes. Por decisão da Câmara de Vereadores, recebeu o título de

Cidadão Emérito de Porto Alegre. Em 1997, um após sua morte, ganhou,

por lei municipal, nome de rua no bairro Lomba do Pinheiro. Na placa foi

gravado: “Antônio Firmo de Oliveira Gonzalez – Líder dos jornalistas”.

O maior legado deixado por Antônio Gonzalez, sem dúvida, ficou na

PUCRS, onde foi professor e diretor da Famecos (Faculdade de

Comunicação) por 18 anos. Sua gestão foi fundamental para transformar

aquela Faculdade numa instituição modelar na área do ensino da

comunicação em todo o país. Na avaliação do colega de magistério Tibério

Vargas Ramos, “Antoninho tinha como ideologia o Jornalismo. Simpatizava

com ideias conservadoras, mas não deixava de publicar o que considerava

notícia.” Em síntese, foi um profissional que sempre atuou com

entusiasmo, talento e ética.




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