FLÁVIO ANTONIO CAMARGO PORCELLO (1951-2021) aliou a aptidão para o
Jornalismo, que exerceu em jornais e TVs, à vocação para a docência, juntamente com
a paixão pela pesquisa na área de Comunicação. Natural de Porto Alegre, formou-se em
Direito em 1976 e em Jornalismo em 1977, pela UFRGS, atuou em emissoras de TV
como RBS TV, Rede Globo, TV Pampa, SBT e TVE e nos jornais Zero Hora, Folha da
Manhã, sucursais do Estadão, O Globo e Gazeta Mercantil. Foi repórter especial e
correspondente internacional . Na Fundação Cultural Piratini, foi diretor de
programação da TVE(1995-1996) e diretor de Marketing e Relações Institucionais
(2003-2004). Criou, entre outras produções, o programa Frente a Frente, do qual foi o
primeiro apresentador.
Entre 1996 e 2004, Porcello cursou Mestrado e Doutorado em Comunicação Social pela
PUCRS. Como professor, lecionou na Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação
(Fabico) da Ufrgs e na Faculdade dos Meios de Comunicação Social (Famecos) da
PUCRS, sendo diretor responsável pelas TVs universitárias das duas instituições de
ensino, além de diretor da VideoPuc da PUCRS (1996-2003) e secretário de
Comunicação Social da UFRGS (2008-2012).
Integrou a diretoria da Associação de Cronistas Esportivos (ACEG), a Comissão de
Ética do Sindicato dos Jornalistas, a diretoria da Associação de Amigos da Casa de
Cultura Mário Quintana (a família era ligada à construção do prédio) e da Associação
Riograndense de Imprensa/ARI no Departamento Universitário, onde foi sucedido pela
filha Paula, também graduada em jornalismo. Em 2029 foi agraciado com a Medalha
Alberto André, com a qual a ARI distingue profissionais de relevante contribuição à
Comunicação.
Atuante na área da pesquisa científica foi coordenador-adjunto do Grupo de Pesquisa
Televisão e Audiência e membro do conselho científico da Rede Nacional de
Pesquisadores em Telejornalismo. Com isso, participou de publicações como
“Telejornalismo: a nova praça publica” (2006), “Edição em Jornalismo: Ensino, Teoria
e Prática” (2006) e “A sociedade do telejornalismo” (2008). Em 2002 havia publicado
“No ar: TV Universitária”, baseado em sua tese de mestrado. Foi co-autor de
“Confraria 1523, uma história de parceria e bom humor” sobre os 20 anos da confraria
que reúne ex-companheiros da TVE.
Era apreciador da musica brasileira, com preferência, entre outros, para Chico Buarque,
Vinicius de Moraes, Zeca Pagodinho e Martinho da Vila, mas também para clássicos
internacionais como Frank Sinatra e Louis Armstrong. A preferência clubística pendia
para o Grêmio, cujos jogos acompanhava com freqüência.
Uma lição que fica da múltipla trajetória de Porcello é a consciência clara do seu papel
como professor, conforme revelou em entrevista ao portal Coletiva.net: "Tenho uma
missão muito importante aqui: milhares de vidas passam pelas minhas mãos? Então eu
quero ser um professor legal, ajudá-los a tornarem-se bons jornalistas e, acima de tudo,
boas pessoas".
Flávio Antonio Camargo Porcello morreu em 7 de novembro de 2021, pouco mais de
um mês depois de completar 70 anos, vítima de complicações decorrentes da Covid´-19.